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24 ago 2021
IATF cresce na pecuária leiteira

Boa reprodução é a chave do sucesso de qualquer fazenda leiteira. E parece que o produtor rural brasileiro vem investindo mais em biotecnologias reprodutivas nos últimos anos. Vendas de sêmen e de protocolos de sincronização para emprego da Inseminação Artificial por Tempo Fixo (IATF) crescem a taxas interessantes. Segundo a Asbia, das fazendas leiteiras que usam inseminação, mais de 35% já usam a tecnologia de tempo fixo. Levantamento feito pelo Departamento de Reprodução Animal da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da Universidade de São Paulo (FMVZ/USP) revela que o mercado da IATF (leite e corte) cresceu 30% em 2020, superando 21 milhões de procedimentos.


Já existe muito produtor fazendo as contas e trabalhando para melhorar a fertilidade do rebanho, pois além dos ganhos em rentabilidade, há consideráveis ganhos genéticos. “A pecuária brasileira ainda apresenta índices reprodutivos que podem ser melhorados. Utilizando tecnologia é possível produzir mais bezerros por matriz por ano e reduzir a idade ao primeiro parto. Em rebanhos de leite, estudos demonstraram redução de um mês no intervalo entre partos (IEP) em programas reprodutivos que utilizam IATF, quando comparado aos sistemas que empregam a detecção do cio para inseminação artificial ou a monta natural. A redução de um mês no IEP do rebanho aumenta 10% a produção anual de leite da propriedade”, esclarece o professor do Departamento de Reprodução Animal da FMVZ/USP, Pietro Baruselli.


Por meio da IATF é possível reduzir as deficiências da inseminação tradicional, evitando falhas reprodutivas. O manejo reprodutivo da fazenda pode ser melhorado, concentrando as ações em períodos específicos, facilitando a logística e diminuindo os custos de produção, que é um grande gargalo do setor. Outra vantagem é a eliminação da necessidade de observação de cios nas vacas sincronizadas. Elas são inseminadas em horários pré-fixados, evitando-se as falhas de detecção e consegue-se induzir atividade ovariana em vacas em anestro. Com isso, é possível programar as inseminações, os nascimentos e, consequentemente, a produção leiteira, conforme a necessidade. Isso propicia manter a produção constante durante o ano ou aumentar a produção em períodos de entressafra. 


Além dos benefícios para a produtividade, há o impacto econômico direto. “É uma tecnologia que aumenta consideravelmente o retorno econômico da pecuária. Em uma estimativa de impacto econômico da IATF sobre a cadeia de produção de carne e de leite que realizamos em 2018, os ganhos seriam de aproximadamente R$3,5 bilhões ao ano, quando comparada com a monta natural. Acreditamos que em 2021 os ganhos serão ainda superiores devido à maior utilização da IATF”, afirma Baruselli.


Para quem pretende adotar a IATF é preciso, antes de tudo, ter estrutura adequada na propriedade, com bom manejo sanitário e nutricional, pois vários fatores influenciam no resultado. As interferências vão desde raça do touro, lote, categoria de parto, ano, escore corporal das fêmeas até capacitação da equipe. A organização operacional do processo precisa ser boa, senão o criador terá resultados inconsistentes. 


 

Larissa Vieira
imprensa@girolando.com.br
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