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Entidades representantes do setor da pecuária leiteira criticaram fortemente a importação predatória de leite subsidiado e de derivados lácteos, em especial de países do Mercosul como Uruguai e Argentina, durante a reunião da Comissão da Bovinocultura de Leite da CNA, realizada na última quarta-feira (07/06). A questão foi o ponto principal da reunião, feita durante a Megaleite 2023, realizada no Parque da Gameleira, em Belo Horizonte. O presidente da Girolando, Domício Arruda, participou da reunião.
As importações de lácteos somaram 146,1 milhões de litros em equivalente leite em abril, segundo os últimos dados do Boletim do Leite de maio, divulgado pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (CEPEA), da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (ESALQ), da Universidade de São Paulo (USP). O volume importado segue em patamar elevado, correspondendo a mais que o triplo do registrado em abril de 2022. Considerando-se o primeiro quadrimestre, o volume importado neste ano foi três vezes superior ao adquirido no mesmo período do ano passado.
“Estamos sofrendo um ataque desleal, que é a importação de leite em pó, muitas vezes subsidiado nos países de origem, entrando aqui de forma desleal para o nosso produtor e isso afeta, principalmente, o pequeno produtor. Estamos trabalhando fortemente este tema, não só com a CNA, mas junto com as cooperativas, Ocemg, Girolando, Abraleite e OCB, para que a gente impeça esse comércio predatório”, explicou o presidente do Sistema Faemg Senar, Antônio Pitangui de Salvo, que participou da abertura da reunião.
A reunião promovida pela Comissão da Pecuária de Leite da CNA, além do tema das importações sem controle, trouxe outro assunto importante para o produtor rural: os desafios da produção. Minas Gerais é o maior produtor de leite do Brasil, com a participação de 27,1%, na fatia nacional, o que corresponde a 9,4 bilhões de litros produzidos e 1,2 milhões de trabalhadores diretos, segundo dados do IBGE.
Leite subsidiado
O Brasil importou quase 70 mil toneladas de leite, creme de leite e laticínios (exceto manteiga ou queijo) no primeiro quadrimestre deste ano, de acordo com informações da plataforma ComexStat, do governo federal. O leite que o Brasil importa de seus vizinhos sul-americanos é, tradicionalmente, 15% mais barato que o nacional, mas a escalada dos valores no Brasil fez a diferença percentual dobrar este ano. Dados do Observatório da Cadeia Láctea Argentina (Ocla) mostram que, enquanto o produto brasileiro foi vendido por cerca de 55 centavos de dólar em março, os da Argentina e Uruguai tiveram médias de 41 e 42 centavos de dólar, respectivamente.
Fonte: Assessoria de imprensa FAEMG